domingo, 1 de outubro de 2023

1, 2, 3, 4: Can i have a little more?

All together now, porque vem aí o 4º! E ao longo dos 3, já em tempo desfraldados, que aprendi? Resumidamente, por cada um, que planeio para o Joca?

Se calhar, antes de nos lançarmos nesta publicação, não ficamos a perder ao dar uma olhada na info que juntei a propósito das VÁRIAS FRALDAS!


Tempo de Tito:

- Comecei tarde, tinha ele perto de 12 meses. Decidi o pack com base em experiências de outras famílias e comprei em loja física, também de acordo com os descontos da época. Vieram Piriuki, 25 fraldas de bolso de tamanho único a pensar na creche e 4 capas brancas com elástico extra nas virilhas e espaço para absorventes à escolha, a pensar nas noites. Inicialmente, experimentei também o mesmo modelo diurno (fralda de bolso) das marcas Bum Genius, Fuzzi Bunz e Charlie Banana. Foram elas compradas em 2ª mão, e muito me ajudaram a escolher a marca final, conforme a fisionomia do rapaz. À noite experimentei também fraldas de contorno da Imse Vimse e pré-dbradas sob capas em polar (marca da casa).

- À excepção da relutância da creche que preferia não ter de adaptar a rotina à novidade (foi a primeira criança que usou fraldas reutilizáveis na história daquela escola), tudo correu bem. Foi uma experiência que me lançou na vontade de repetir à chegada do 2º filho.


Tempo de Simba:

- Fui experimentando o pack que já tinha desde o 1º mês e percebi que só começaram a assentar aos 5m. No início experimentei também 4 fraldas de recém-nascido da marca Mita, juntamente com duas capas (mesmo tamanho e mesma marca). Ao longo dos 5 primeiros meses, fui ganhando experiência com a dobra das musselinas e o uso de snappis, sob fralda Piriuki vazia (ou seja, sem os absorvntes originais, em uso como capa). As grandes diferenças estavam no volume que fazia entre as pernas (neste bebé, menos volume assentava melhor) e na qualidade de absorção (os absorventes da Piriuki em microfibra absorviam menos bem que o algodão das ajustadas, das pré-dobradas e das musselinas).

- Problema: as fraldas prendiam com molas, e a sua agitação e impaciência (bebé exigente!) não facilitavam. Percebi que das duas uma, ou deixava-o de rabo ao ar ou transformava o pack do dia para a noite. Foi complicado, uma mudança de pack nunca se faz do dia para a noite... Tive de variar, alternar com descartáveis conforme necessário e conforme vendia o que tinha para me dedicar a novos modelos.

- Paralelamente, as ajustadas da Imse Vimse e as 4 capas brancas da Piriuki foram sempre resultando, e aos poucos as 25 de bolso originais do Tito passaram para novos donos.


Tempo de Patchi:

- Tinha em casa 4 ajustadas e 2 capas de r/n da Mita, 4 capas brancas tamanho único da Piriuki, 2 ajustadas da Imse Vimse, 6 pré-dobradas e 'n' musselinas. Dois snappis em T, um par de snappis laterais e descartáveis para os primeiros 3m. Decidi que desta vez, para evitar mudas longas (caso o novo mano saísse mais ao do meio que ao mais velho), compraria um pack com as seguintes características: fecho de cintura em velcro em vez de molas, sem bolsa para o absorvente mas de fácil montagem e com elásticos extra nas virilhas. Foi assim que me encontrei, finalmente, com as minhas ainda hoje favoritas Pop-In da marca Close. Nelas de facto convergiam todas as minhas exigências de mãe de 3ª viagem!

- Comprei um pack de 20 na Amazon, foram mais que suficiente e saíram bem baratas - comparando com a possibilidade de as comprar em loja física. Apesar de ter deixado de precisar do que originalmente cá tinha, não me livrei de nada. Continuei a dar uso às capas brancas da Piriuki e às ajustadas da Imse Vimse sempre que viesse a propósito.

- Percebi que os absorventes de bambú são os melhores do mundo! As Pop-In são todas em bambú, e resultam ainda melhor que o algodão. Descobri também que apesar de tudo, ter um pack de descartáveis biodegradáveis à mão para emergências ou viagens é essencial.


Tempo de Joca:

- Falta pouco e tenho tudo! Tenho:

- fraldas descartáveis biodegradáveis para os primeiros 3m;

- 4 capas brancas da Piriuki prontas a usar no 4º filho;

- 2 ajustadas da Imse Vimse também prontas a usar no 4º filho;

- 'n' musselinas e 3 sistemas de snappi também eles prontos a usar no 4º filho (algumas musselinas foram até minhas e do pai!) e,

- Sobretudo, 20 Pop-In da Close estreadas no 3º, compradas com o dinheiro da venda do antigo pack de 25 Piriukis.


Então, que são Pop-In's? :)

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

The Patchi Effect


Novo filho, nova fralda.
Com os outros dois desfraldados, temos agora abertura para uma nova experiência. Vamos experimentar as Pop-in, da Close. AI2, que prende os absorventes por dentro com snaps e usa-se como uma AIO.  Se me apetecer, em vez dos absorventes originais posso pôr qualquer outra coisa e usar como Sistema Híbrido. Excelente conceito!
Por fora, fecha-se com velcro, o que - em princípio - a torna mais facilmente ajustável à cintura. Por dentro é tudo fibra de bambú, consta que é do melhor à qualidade de absorção. As virilhas têm elástico duplo, o que é, para nós, uma característica indispensável.

Aqui fica a apresentação oficial do modelo, feita pela Close:



Upd 1 (Abr'20): Costuma ser complicado usar tamanhos únicos em bebés tão pequenos. Normalmente, o ideal é usar fraldas de r/n durante o primeiro trimestre. Assim sendo, começámos a pôr uso às nossas Pop-In aos 3 meses. Na foto, Pop-in em Patchi de 3M e 4M:



Upd 2 (Ago'20): Meu Deus, nunca gostei tanto de uma fralda! Absorção fantástica, e ainda nem tive de estrear os absorventes da noite! Na foto (talvez tenham reparado nas duas brancas de cima, que são as capas da Piriuki que usei no Tito e no Simba para o sistema híbrido, que aparecem nas fotos do post anterior sobre as várias fraldas. Sim, estou a usá-las no 3º filho!), Pop-in em Patchi de 7M e 8M:





domingo, 1 de maio de 2016

As várias fraldas


(post editado e actualizado!)

"Tanta informação!"
Foi o que senti quando, da primeira vez, me vi frente ao vasto mundo das FR. É ainda o que sinto por parte de muitas famílias que, em tom de desabafo, perguntam no grupo das FR do Facebook: "Agora que vou comprar o pack, o que me aconselham? Qual a melhor marca, quais as melhores escolhas? Qual a melhor opção, tendo em conta o jogo «qualidade-preço»?"

É que, vamos lá ver... não há resposta ideal. Depende muito dos hábitos da família, do que estão os pais dispostos a experimentar, e também da própria fisionomia do bebé que, por si só, se vai modificando conforme cresce. O que funciona com uma família pode não funcionar com outra, o que cabe num bebé pode não caber noutro, e o que funciona numa idade pode deixar de funcionar mais tarde... ou não! Até porque há fraldas que abrangem períodos de tempo mais longos ou mais curtos que outras, seja pela qualidade, seja pelo tipo de sistema... Há fraldas próprias para recém-nascidos, outras que pretendem servir dos 3m aos 3a, outras que pensam unicamente na questão do desfralde, etc. Por outro lado, depende muito também da marca: o mesmo sistema de fralda usado no mesmo bebé pode resultar com uma marca e não resultar com outra.

Cá em casa, por exemplo, experimentei algumas marcas diferentes no Tito até me fixar na que lhe assentava melhor, e experimentei sistemas diferentes à noite porque os que usava de dia não aguentavam das 20h às 08h.

O que o Tito usa ainda não assentou bem no Simba, que precisa de crescer mais um bocadinho, por isso, tenho andado a aproveitar a nossa situação para saltitar um pouco entre os vários estilos que ainda não tinha estreado. Assim aproveito para ganhar familiaridade com outros sistemas.

"Então compro o quê?!!" O que se costuma aconselhar, é que a família adquira algumas opções, varie nas marcas. Compre, por assim dizer, "fraldas-modelo", para experimentar e ver se gosta. Em descobrindo, facilmente vende as que não assentaram bem no grupo das FR do Facebook. Ou então, se preferir, compra em segunda mão alguns modelos, e em descobrindo a preferência, passa à compra de um pack novo.

Neste tópico, vou partilhar convosco o que tenho andado a aprender com a prática. Temos em primeiro lugar um quadro com os aspectos mais evidentes de cada sistema. Abaixo do quadro, associa-se uma imagem a cada um deles. No final, partilho algumas fotos do que mais gosto de usar cá em casa. :)

NOME DO SISTEMA?
TUDO EM UM
TUDO EM DOIS
FRALDA DE BOLSO
FRALDA DE MANGA
SISTEMA HÍBRIDO
FRALDA AJUSTADA
FRALDA DE CONTORNO
PRÉ DOBRADA
MUSSELINA
PRECISA DE CAPA?
NÃO. É IMPERMEÁVEL.
SIM.
PRECISA DE ABSORVENTE?
NÃO. O ABSORVENTE ESTÁ COSIDO NA FRALDA.
SIM. O ABSORVENTE PRENDE-SE AO INTERIOR DA FRALDA PELAS MOLAS.
SIM. INSERE-SE O ABSORVENTE NO BOLSO, QUE TEM ABETURA À FRENTE OU ATRÁS, DEPENDENDO DA MARCA.
SIM.
INSERE-SE O ABSORVENTE NA MANGA, QUE TEM ABERTURA À FRENTE E ATRÁS.
SIM. O ABSORVENTE, QUE PODE SER REUTILIZÁVEL OU DESCARTÁVEL, FICA ESTENDIDO AO LONGO DO CORPO DA CAPA.
NÃO. A FRALDA É, TODA ELA, ABSORVENTE. MAS NADA IMPEDE DE COLOCAR UM EXTRA, CASO O BEBÉ TENHA TENDÊNCIA PARA A ENCHER.
PRÓS?
A FRALDA É UMA SÓ PEÇA. É A MAIS PARECIDA QUE HÁ COM A DESCARTÁVEL.
PRÁTICA! DEPOIS DE MONTADA, É SÓ COLOCAR, TAL COMO SE COLOCA A DESCARTÁVEL.
MUITO VERSÁTIL, FUNCIONA COM TODO E QUALQUER TIPO DE ABSORVENTE!
EXTREMAMENTE ABSORVENTE.
EXTREMAMENTE ECONÓMICA.
CONTRAS?
POR TER O ABSORVENTE COSIDO EM SI, DEMORA MAIS A SECAR.
TEM O PASSO EXTRA DE COLOCAR O ABSORVENTE.
REQUER PRÁTICA, PODERÁ NÃO SER A MELHOR ESCOLHA PARA A CRECHE.
OPINIÃO PESSOAL?
FRALDAS ESPECIALMENTE JEITOSAS PARA QUEM PREFERE ALGO QUE SE ASSEMELHE ÀS DESCARTÁVEIS
(BOAS PARA A CRECHE, AVÓS, BABYSITTERS, PASSEIOS, ETC).
FRALDAS IGUALMENTE EXCELENTES, MAS QUE EM PRINCÍPIO DARÃO MENOS JEITO A QUEM NÃO ESTÁ HABITUADO A LIDAR COM REUTILIZÁVEIS E QUE SÃO, NA MINHA OPINIÃO, ESPECIALMENTE EXCELENTES PARA AGUENTAR PERÍODOS DE TEMPO MAIS LONGOS (COMO AS NOITES).


Como LANOLIZAR uma CAPA DE LÃ?
ATENÇÃO: Eu nunca lanolizei! ;)

*com lanolina líquida:
(ideal mas mais cara que a sólida)

*com lanolina sólida:
(em que se têm de a tornar líquida primeiro)

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E cá em casa, usa-se o quê? :)

O Tito, que é mais velho, usa Fraldas de Bolso para o dia a dia. Em casa, na creche e em passeio. Das várias marcas que experimentámos, deu-se especialmente bem com as Piriuki.


Para dormir, o Tito usa o Sistema Híbrido. Normalmente, estendemos as Pré-Dobradas em "trifold" no interior da capa, e reforçamos com outros tipos de absorventes. De cânhamo, algodão, microfibra, etc. Raramente precisamos de absorventes descartáveis.


No verão, o Tito dorme com Ajustadas da Imse-Vimse e capas em polar. A propósito daquele assunto que falei anteriormente, sobre haver mães que até sabem fazer fraldas em casa (nos Ecos das nossas Fraldas, link aqui), eu não sei assim lá muito bem, mas estas capas em polar, cosi-as eu com a minha máquina de costura. Não tenho experiência nenhuma no campo da costura, mas foi questão de tirar medidas do que cá tinha em casa, e experimentar. Aproveito para dizer que, se alguma vez se lançarem neste mundo, tenham em conta as linhas: linhas de algodão para absorventes (porque são absorventes também e têm cariz hipoalergenico) e linhas de nylon para as capas, para evitar fugas na zona costurada. :)


O Simba tem experimentado Ajustadas da Mita e Musselinas presas com Snappi (o Snappi é, nas imagens abaixo, o pequeno utensílio em forma de T, que também comprei à marca Mita), e tem experimentado algumas Fraldas de Bolso.


Até aos 3 meses, mais ou menos, e desde que nasceu, o que lhe coube melhor foi Ajustadas da Mita e Fraldas de Bolso da FuzziBunz (fralda verde). Ele é um bebé grande, por isso, não duraram muito. As Fraldas de Bolso da Piriuki (fralda com bonecos) só lhe começaram a assentar melhor aos 5 meses (primeira imagem), apesar de serem "TU". As da BumGenius, nunca assentaram bem em nenhum dos dois. Dá-me a impressão de que as Fraldas de Bolso que ajustam o tamanho através dos elásticos das virilhas (tais como as FuzziBunz e as Charlie Banana) funcionam melhor nos bebés mais pequenos do que as Fraldas de Bolso que ajustam o tamanho através dos botões (tais como as Piriuki e as BumGenius).


Apesar das fraldas de bolso lhe assentarem razoavelmente bem quando preparadas da forma convencional (absorvente dentro do bolso), o que mais fantásticamente tem resultado é: pôr musselina com snappi e tapar com uma fralda de bolso vazia, a fazer de capa.
À noite, em mais pequeno, teve quase sempre fuga usasse o que usasse. Mesmo com descartáveis. Mas são fases... Entretanto passou a ter menos fugas. :)
E pronto, assim de repente, não me estou a lembrar de mais nada. Se se lembrarem de algo que deva acrescentar, ou algo que não tenha ficado claro... qualquer questão, disponham! Disponham no instagram, em @mfa.romana! :)

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EDIT - (1 ANO DEPOIS)
Em modo de feedback, agora que o Simba já completou um ano, o nosso stress é este: O Simba é muuuuuuiittooooooo mexido, e cada muda de fralda é um martírio. Em geral, fraldas de bolso que prendem com molas, as que no Tito sempre assentaram como uma luva até ao desfralde, não resultam com o Simba. Desta vez, já só lá vai com fraldas tudo-em-um que prendem com velcro.

Um segundo aspecto com o qual me deparei, ao longo deste ano, na comparação dos moldes das FuzziBunz e Charlie Banana com os moldes das Piriuki e BumGenius, foi o espaço entre as pernas. Em bebés mais pequenos, o volume entre as pernas pode ser muito benéfico pela prevenção da displasia da anca. Em bebés maiores, dependendo da fisionomia de cada um, poderá ou não atrapalhar no deslocamento. Uma grande parte das mães não se queixa desta questão, e eu também não vi problema quando usei as Piriuki no Tito. Mas confesso que ao Simba atrapalha e, também por isso, não lhe visto este modelo. Não sei explicar porquê: se é por ser mais gorducho ou por ter começado a caminhar mais cedo que o mano... confesso que não sei. Há coisas que só experimentando. :)

EDIT - (4 ANOS DEPOIS)
Por agora, completo a minha experiência com um novo post: The Patchi Effect

terça-feira, 24 de março de 2015

À caça de Mitos


Gostava de ajudar a traduzir o excelente texto de um link que usei no último assunto, que desmistificava uma série de preconceitos relacionados com as FR: http://cgmrb.blogspot.pt/2013/10/cloth-diaper-washing-myth-busters.html?m=1

O link leva-nos até um artigo escrito em Outubro de 2013, intitulado "The Top 10 Cloth Diapering Myths" (O Top 10 de Mitos relacionados com as Fraldas Reutilizáveis). Desmistifica duas mãos cheias de preconceitos. Entre eles, os mais comuns.

Com base no artigo, aqui exponho alguns dos mitos que mais se ouvem:

- "A lavagem de FR leva horas a fio, é complicada e requer demasiados detalhes."
- "Não se deve misturar as FR com o resto da roupa, aliás, as FR têm de ser lavadas à mão ou pelo menos ser postas de molho antes de lavar na máquina."
- "Tem de se comprar um detergente próprio para a lavagem de FR."
- "A Lixívia é demoníaca, e deteriora as FR."
- "Demasiado detergente entope as FR e provoca o mau cheiro. Só se pode usar 1/4 do detergente recomendado."
- "Tem de se usar demasiada água para lavar FR."
- "Tem de se estar constantemente a usar tratamentos de choque para desinfetar FR."
- "As FR saem caro."
- "As creches não aceitam FR."

Primeiro, as FR esperam no máx. 3 dias a seco até serem lavadas na máquina juntamente com o resto da roupa! Não de molho e não à mão. Cá em casa não chega a tanto, e faço máquina dia sim dia não. Há sempre roupa, lençóis, toalhas, etc... que se acumulam.

Alguns destes aspectos, tratei-os no assunto anterior. Embora nunca seja demais relembrar. Nos grupos de Facebook em que participo, relacionados com o uso de FR, apercebi-me de que as mães que menos usam os detergentes ecológicos são, na sua maioria, as que há mais tempo usam FR. Percebi também que os evitam por experiência, porque chegaram à conclusão de que não são tão eficazes quanto os detergentes normais, sobretudo porque têm em falta ingredientes essenciais a uma lavagem eficaz, como as enzimas. Posto isto, passo à análise do link.

B A BA: Há determinados aspetos em relação à lavagem de roupa, particularmente à lavagem da roupa do bebé, que se deve ter em consideração, e é preciso saber identificar os cheiros e as manchas que permanecem após cada lavagem. Uma fralda não ficou bem lavada quando sai da máquina com cheiro a amónia e/ou manchas demasiado evidentes. Por outro lado há pequenas manchinhas que às vezes nem com o sol saem (corar ao sol resolve grande parte delas, fica a dica!), e que se consegue tirar com oxiaction (ou mesmo Fairy verde para loiça) aplicado directamente em cima delas antes de irem à máquina. Tal como acontece com o resto da roupa. E há aquelas que mesmo assim insistem, como já pudemos perceber através de uma camisola clarinha, ou calças, etc, e que nos leva a passar a usar essa peça de roupa só em casa, ou para dormir. Essa peça às tantas deixamos de a considerar suja, apesar de continuar a ter essa manchinha. Aqui há tempos levei um vestido branco a uma lavandaria porque tinha uma mancha castanha clara que não saía por nada deste mundo, e na lavandaria disseram logo "É uma mancha encardida, estas manchas férreas não têm meio de sair. Nada a fazer..." Vestido limpinho, com inúmeras lavagens sobrepostas, para sempre manchado. (pena, era bem bonito!)

Então, mas precisamos de um detergente específico para FR? Quando usava detergente ecológico, as nossas FR saíam da máquina sempre com algum cheirinho a amónia (ao que eu identifico como uma espécie de aroma amendoado) e, depois de usadas, ficavam com um cheiro tão forte que picava o nariz e feria os olhos. Tal como diz o link, "this is the biggest myth ever!" (este é o maior de todos os mitos) e, tal como a bloguista, também eu sou culpada por acreditar nisto por tanto tempo, e por gastar tanto dinheiro extra num esquema que não estava a resultar. Diz a bloguista que, a dada altura, decidiu espreitar os ingredientes do detergente ecológico que tinha em casa, e apercebeu-se que afinal tratava-se apenas de um aglomerado de "amolecedores de água" e algum oxiclean, coisa que se pode fazer em casa por um par de cêntimos. Concluiu, e com isto concordo em pleno, que toda esta teoria relacionada com a necessidade de um detergente especial não passa de uma estratégia de marketing. De facto, grande parte destes produtos é produzida pelas próprias marcas de FR (sim, o mundo das FR não é feito de santinhos). A BumGenius vende o seu próprio detergente, a Thristies também, e o Rockin Green já começou a entrar com outros produtos (agora também está a vender liners descartáveis, mais um bocadinho, e começa a lançar a sua gama de FR). Em contrapartida, outras marcas de FR usam a estratégia contrária. A GroVia, a Rumparooz, a Fuzzy Buns, a Bummis, mais umas quantas marcas, por exemplo, já começaram a considerar o Tide original (entre outros), na boa tentativa de acompanhar a evolução do uso destas fraldas. O link acima dá-nos acesso ao discurso de cada uma destas marcas. Vale a pena espreitar! :)

Podemos, portanto, usar qualquer tipo de detergente, desde que este não tenha amaciadores ou condicionadores à mistura, e desde que o rabinho do nosso bebé não reaja mal (e toda a sua pele, na verdade, porque ao lavar a restante roupa, também pode haver reacção que não na zona da fralda). Como disse também no assunto anterior sobre a minha logística, a má lavagem - a amónia - assa muito mais do que qualquer detergente compatível com o nosso bebé, entope e deteriora muito mais do que qualquer outra coisa! E ainda, deixa as fraldas sujas.

Podemos usar Lixívia, OxiAction, entre outros? Claro! Eu uso um bocadinho de OxiAction em cada lavagem. Se calhar exagero, mas o único mal que estou a fazer será, provavelmente, desperdiçar por extra zelo, porque até agora ainda não estraguei nada. Desta forma, dou conta das manchas que, com detergentes ecológicos, não saem. Dica preciosa: o sol também ajuda! Mas como nem sempre faz sol, temos o apoio dos vários OxiActions e afins. A Lixívia, só usei nos absorventes, quando os tive de desinfectar a 95º pelos motivos que partilhei no tema anterior. Com capas, não vale a pena, e com lavagens bem feitas deixamos de precisar da Lixívia, pois também os absorventes deixam de acumular amónia. Para ajudar com esta dúvida, aqui fica outro blog: http://largebummies.blogspot.pt/2012/04/bleach-its-ok-to-use.html

Acerca da quantidade de detergente, outro mito disparatado, parece-me a mim que é uma ideia iniciada pelas tais marcas de detergentes ecológicos que, ao vender pacotes tão caros, procuram convencer de que "no fundo se poupa pelo facto de só se usar uma colher de sopa de cada vez". Ora estes detergentes por si só já lavam tão mal com uma caneca inteira, iam agora resultar só com uma colher de sopa? Mais uma de sobremesa do RESPECTIVO anti-amónia?! Poupem-me. Pois, poupem-me porque eu experimentei e não resultou, claro! Experimentei tanto, que acabei por dar cabo da impermeabilidade de 6 boas fraldas... porque ao tentar adoptar à força os detergentes ecológicos tive de lavar com alguma frequência algumas fraldas acima dos 40º. Nem sei porque é que não deitei logo o pacote no lixo! Já com o Tide original, que é o que tenho usado ultimamente (e já com o Xau Max 3, que usei anteriormente ao Tide), nunca mais tive de fazer lavagens acima dos 40º.

As fraldas, repito, são tão roupa quanto o resto da roupa e, como tal, não têm de ser tratadas de forma diferente. Os pacotes de detergente costumam indicar a quantidade ideal conforme cada tipo de água, eu aconselho a segui-los.

A Gro-Via tem vindo a subir bastante na minha consideração. Não só recomenda o uso de detergente normal, como também o uso de quantidades normais, e não ridículas. Neste site http://www.gro-via.com/blog/enough-stripping-already/, dão-nos conselhos muito úteis que, mais uma vez, acabam por nos levar à conclusão de que afinal é tudo o que já sabiamos!


Convém que se dê às fraldas uma pré-lavagem e/ou um enxaguamento extra (separados por um ciclo normal de lavagem). Diz também neste site que, para qualquer roupa especialmente suja ficar bem lavada tem de estar às voltas em detergente durante pelo menos 45 min. Sem exagerar no gasto de água, porque também não é preciso. Um programa normal com pré-lavagem e/ou enxaguamento extra dão conta do recado. Cá em casa, cada lavagem dura um total de 3h00 aprox (lavagem-longa+enxaguamento-extra), porque a minha máquina nova é toda "à frentex" e tem programas ecológicos. Posso fazer o mesmo num programa de 1h30, mas gasto mais energia. Mas enfim, só para dizer que cada máquina tem o seu método, e que cada um tem de se adaptar ao que tem em casa. Em princípio, qualquer máquina conseguirá lavar eficazmente FR, desde que não esteja a dar o berro (as americanas alertam apenas para as novas "HE-Machine", que são muito automáticas e etc mas depois dão uma data de problemas, mas frente a isto estou às cegas).

Não precisamos de ter medo das FR que, mesmo apesar de usar liners descartáveis para pôr o cocó directamente na retrete, poderão ficar eventualmente um bocado sujas. Sejam elas encaradas da mesma forma que os bodies que apanham fugas das grossas, que também não vamos estar a deitar no lixo. Se precisar, passo uma chuveirada (o bodie, a fralda, as calças, os collants que apanharam com fugas de cocó) e ponho-os directamente na máquina. Ou se ainda estou a acumular roupa, deixo essas peças ao ar, em espera, à frente da máquina. Nunca ficam por muito tempo. Com apenas 3 cá em casa, já acabava por lavar a roupa dia sim dia não (a partir do 2º filho, às vezes até tenho de fazer 2 máquinas no mesmo dia. lol).

Há ainda a questão do bebé que é exclusivamente amamentado: normalmente as suas fraldas de cocó vão directamente para a máquina, sem precisarem sequer de qualquer tipo de chuveirada. Tudo o que sai deles é resto de leite materno, e dissolve-se por completo na lavagem. Sem medo!

Na questão do preço, proponho a leitura do meu assunto "Os ECOS das nossas Fraldas." (um dos ECOS é o económico).

Na questão da creche, a menos que o regulamento o proíba, a menos que indique o tipo de fraldas que o bebé pode usar ou não nesse estabelecimento, as FR têm de ser aceites. Nós por cá tivemos grandes aventuras com a creche (vou deixar isso para outro dia), e no final obviamente saímos a ganhar! Para as creches em que as FR são uma "novidade" (apesar de em tempos já terem trabalhado em exclusivo com FP), novos casos são-lhes situações positivas, no sentido em que as alerta para um novo hábito que é cada vez mais comum. Na nossa creche, passámos de lobos maus para promotores do desenvolvimento. Lentamente, hão de se ir renovando (senão também começam a ficar para trás no tempo). Quanto às creches que estabelecem no respectivo regulamento a proibição das FR, "paz à sua alma" e vou procurar outra escola.

É como dizem os americanos: K.I.S.S. - "Keep It Simple and Stupid". Estas coisas, para funcionarem bem, têm de ser fáceis. Sobretudo quando fazem parte da rotina diária. Quando não o são, é sinal de que algo não está bem (ou não está no seu ideal), e precisa de um ajuste. Não deixem de visitar o artigo que inspirou este assunto, exposto no início, e sobretudo os vários sites que lá se encontram. Há uma data de surpresas agradáveis à vossa espera! :)

domingo, 22 de março de 2015

Rotina d'Oiro


Tenho a máquina da roupa na marquise. Guardo as FR sujas num cesto aberto e esburacado mesmo em frente da máquina. O estendal corre a marquise de uma ponta à outra que, só por si, é estreita e curta. Assim se faz a nossa lavandaria.

Confesso que, ao início, complicava um bocado a rotina da lavagem de FR. Usava uma colher de sopa de detergente ecológico, porque assim me tinham ensinado. Nada de enzimas, nada de branqueadores, lixívia nunca, amaciador ainda menos! Só uma colher de sopa de detergente, mais uma de sobremesa de anti-amónia apenas uma vez por mês. Máquina até aos 40º.

Resultado: bom, bom, bonzinho, aceitável, médio, mas que cheiro é este?, mau, mau, muito mau, horrível!, insuportável!! As regras que me tinham dado não estavam a funcionar, ia eu ainda no primeiro pacote de detergente ecológico. Mesmo assim insisti e comprei o segundo. Passei a usar anti-amónia em todas as lavagens, comecei a pôr o dobro... o triplo... o quádruplo do detergente que me tinham recomendado inicialmente, depois comecei a fazer o mesmo com o anti-amónia. Nada parecia resultar.

A minha primeira mudança foi em relação à lixívia. Decidi arriscar e desinfetar todos os absorventes que tinha com lixívia. A 95º! Resultou! Embora a junção (lixívia + alta temperatura) seja redundante, mas em tempos de pânico, qualquer coisa vale... Finalmente, os absorventes tinham voltado à estaca zero. Mas ao retomar a rotina, voltaram ao horror da amónia bem mais rápido do que da última vez. Pedi imensa ajuda no grupo das Fraldas Reutilizáveis do Facebook, e percebi que não era a única a travar esta batalha. O problema não estava em mim... Percebi também que uma data de mães já tinham percebido em que estavam a falhar, e que se encontravam presentemente muito satisfeitas com a sua evolução. O problema também não estava nas fraldas!

Por esta altura, adquiri uma máquina nova porque a velha tinha acabado de dar o berro. É uma Whirlpool com 6º sentido, muito boa! Leva até 9Kg (a outra só levava uns 5Kg, imagino - não é ponto negativo, é só ponto de mudança), pesa a roupa que lá ponho e indica a quantidade de detergente que devo acrescentar. O que vai a mais, desperdiça. Para poupar a roupa ao problema do detergente a mais. Decidi então passar a usar o detergente que a máquina indica, nem mais nem menos.

Passei a ter de pôr mais roupa na máquina, por lavagem, e decidi então lavar as FR juntamente com todo o resto da roupa da casa. Por ordem, faço sempre assim: 1º ponho as FR, 2º adiciono toalhas e roupa de cama, 3º adiciono roupa interior e pijamas, 4º adiciono todo o resto da roupa do dia a dia. Mas acabo sempre por ter de pôr tudo na máquina, e normalmente o que fica para trás, fica à espera de uma nova máquina. Ou seja, não há roupa cá em casa que não lave à mistura das fraldas, e isto não tem trazido problemas a nenhum nível. Esta foi a minha segunda grande mudança, depois da aventura com a lixívia (que foi pontual).

Em acabando o meu segundo pacote de detergente ecológico, dei de caras com este link http://www.ecobabysteps.com/2013/04/03/cloth-diaper-laundry-additives-enzymes/, que fala sobre a importância das enzimas, e decidi passar a usar o detergente normal cá de casa (que é, neste momento o Tide Original em pó, tendo já passado pelo fantástico Xau Max 3 e o agradável Skip de Sabão de Marselha). Foi aqui que finalmente as coisas começaram a mudar, e eu comecei a ter muito bons resultados quanto à eficácia da lavagem das minhas FR! Posto isto, deixei também de lado o anti-amónia (que também é ecológico), e passei a usar Oxi Action (Vanish Oxi Action, Extra Higiene ou o standard, são as minhas versões favoritas).

As minhas FR continuam em excelente estado, não preciso de as lavar a mais de 40º de vez em quando porque estão sempre cheirosinhas, parece que já nem me lembro das lágrimas que o cheiro e os vapores da amónia provocam, voltei a lavar todos os absorventes com lixívia a 95º só mais uma vez, para começar de novo sem restos dos maus hábitos que tinha antes de mudar de detergente, mas nunca mais precisei de o fazer. E ganhei um pó tão grande aos detergentes ecológicos que já nem com Swiffer m'o tiram!

Conclusão: Percebi que se o problema associado às enzimas e branqueadores ópticos são o entupimento dos absorventes, o assar do rabo e o deteriorar do tecido, ao menos deixam-nas limpinhas. Porque pior, faz a amónia! Não há nada que entupa tanto um absorvente quanto a amónia, não há nada que asse mais um rabo do que o próprio xixi e cocó e não há nada que deteriore tanto um tecido quanto a má lavagem.

Assim sendo:
- Lavo as FR a 40º, juntamente com o resto da roupa, com o detergente normal cá de casa.
- Uso Oxi Action quando bem me apetece.
- Uso lixívia nos absorventes quando bem me apetece (embora não sinta grande necessidade disso).
- Uso amaciador quando bem me apetece (embora também não sinta grande necessidade disso. Este produto em particular é que requer algum cuidado de escolha, pelo facto de qualquer tecido, seja FR seja roupa vulgar, se dar melhor com amaciadores à base de plantas. Cá em casa, escolhi o ecológico da Ultra Pro: a este eco não tenho pó pelo simples motivo de não servir para o factor primário de lavar, mas apenas para o factor secundário de amaciar).
- Opto por um programa longo, que na minha máquina diz respeito ao que gasta menos energia, e gosto de fazer sempre um enxaguamento extra no final, para garantir que toda a roupa fica isenta de qualquer réstia dos produtos que usei.

Resultados: o rabiosque do Tito não reage aos produtos, que é sinal de que estão bem enxaguadas (se reagisse, mudava de detergente, até encontrar um compatível com ele, e passaria a lavar toda a roupa cá de casa com esse achado).

Entretanto, encontrei também este artigo http://cgmrb.blogspot.pt/2013/10/cloth-diaper-washing-myth-busters.html?m=1, caçador de mitos (que traduzo em parte e falo sobre, neste link: http://paninhosdeouro.blogspot.pt/2015/03/a-caca-de-mitos.html). Fala precisamente disto, do facto das FR serem tão roupa quanto todo o resto de roupa que temos, e de não precisarem de ser tratadas como se não o fossem.

Detalhe prático: quando o bebé faz "nr2", basta verte-lo para dentro da retrete. Se for preciso, dá-se uma chuveirada antes de pôr a fralda na máquina. Eu não gosto de molhar a fralda antes de a lavar porque (apesar de não ser o mesmo) não se deve pôr as FR de molho à espera de serem lavadas. Contribui para o desenvolvimento da bicharada. Por isso, deixo-vos a minha preferência, que me ajuda a poupar trabalho: Em cada muda, gosto de usar um papelinho biodegradável (que se vende aos rolos de 100 por 5€) em viscose, que se coloca por cima da fralda. Este papelinho ajuda a manter uma sensação de rabinho sêco, e poupa em grande parte a fralda ao contacto com as fezes. Quando as há, pega-se no papelinho e deita-se directamente na retrete (ou melhor, entorna-se, sem tocar), e a fralda fica como se não tivesse havido nada.

Portanto, resumindo, é fácil: trato as FR da mesma forma que trato o resto da roupa. Por tópicos:
- FR é a primeira roupa a entrar na máquina, seguidamente das toalhas, lençóis, roupa interior e roupa normal - por esta mesma ordem;
- Programa para roupa muito suja, com enxaguamento extra (há quem não faça, mas eu gosto);
- Detergente em pó, não ecológico, na quantidade que o pacote ou a máquina indicam, nem mais nem menos (há quem prefira líquido, nesse caso é apenas preciso garantir que o detergente não tem amaciadores e condicionadores indesejados à mistura);
- Uma dose de Oxi Action na gaveta da pré-lavagem, para ser a primeira coisa a ser engolida pela máquina (também há quem não faça, mas eu gosto);
- 40º, não precisa de mais;
- Estendal para secar.

Em lista, os produtos que costumo ter cá em casa:
- Detergente = Tide Original, ou então Xau Max 3.
- Oxigénio Activo =  Oxi Action Original, da Vanish.
- Amaciador = Ecológico da Ultra Pro.
- Lixívia = Tradicional da Neo Blanc.

É a minha escolha pessoal. Há quem prefira tudo de marca branca, e se dê muito bem. ;)

Et voilá! :)

sexta-feira, 20 de março de 2015

Os "ECOS" das nossas Fraldas


Posta a questão de saúde que me levou a esta vida, sendo ela também uma escolha para a vida porque o que é facto é que umas boas FR bem tratadas duram, possivelmente, até ao eventual 3º filho (se não quisermos considerar as que passam de geração em geração, como é o caso das musselinas que uso cá em casa e que já foram usadas no meu marido e em mim), restam-me as duas razões "eco": a "nómica" e a "lógica".

Tenho dito que a segunda razão pela qual me deixo levar, é a económica. E não retiro o que disse! Porque feitas as contas, mesmo tendo começado aos 12 meses do Tito, no final já saímos a ganhar. Não sendo certa a idade do desfralde de uma criança (porque depende sempre da combinação da sua maturidade física e psicológica), apontemos para os 3 anos (edit 01/09/2022 a 3 meses do 3º aniversário do 3º filho que ainda não está nem perto de querer largar a fralda: 3 anos, para não irmos até aos 3 e meio que tem sido a idade de desfralde de todos os meus filhos, veremos se se verifica também neste próximo ano lectivo com o Patchi).

Imaginemos então um bebé que desfralda aos 36 meses. Imaginemos também que esse bebé usa as normalíssimas Dodot de pacote azul, que ronda os 0,20€/un. E imaginemos que muda de fralda aprox. 5x/dia - mais ajuste menos ajuste, sendo que o r/n mudará cerca de 7x/d e a criança em idade de desfralde poderá rondar as 3x/d (aprox. 1825x/ano). Gastará aprox. 365€/ano. Ao fim de 36m, terá gasto 1095€.

Agora imaginemos que este bebé, em vez de FD, usa FR, e tem um pack de 25 Piriukis (que são a maioria das que tenho cá em casa, e que mesmo assim não constituem no método mais barato). Uma Piriuki custa 21€. 25 Piriukis custam, se forem compradas individualmente, 525€. Ao fim de um filho, ter-se-à poupado 570€ em fraldas. Imaginem agora que em vez de Piriukis, este bebé usava AlvaBaby, que em vez de 21€/un são 5€/un. E imaginem este pack a passar para o 2º e para o 3º filho! Ou imaginem as mães que compram fraldas aos packs, que sai mais barata a unidade, ou que aproveitam os descontos da "Black Friday" e da "Nappy Week" que há todos os anos, ou até as que compram FR em segunda mão (e as que, no final, vendem as suas FR e recuperam pelo menos 1/5 do que gastaram quando compraram FR novas)! Já agora, também as mães que optam por esquemas mais acessíveis, bem como o uso de capa+ajustada, ou capa+musselina, por aí fora... Poupa-se imenso! :)

(um dia ainda vos falo dos vários esquemas e, já agora, do investimento que em média se fará para cada um deles)

Bom, e por fim, vamos lá à questão ecológica (que é a que me custa mais, talvez por ter um impacto tão negativo mas indirecto ao mesmo tempo). As tais 1825 FD/ano que são deitadas no lixo comum e que ficam 450 a 500 anos a decompor-se na Natureza. Assusto-me um bocado com o facto de ainda ter chegado a deitar tanta FD no lixo comum e de, muito provavelmente, ainda ter de vir a deitar mais umas quantas ao longo da vida (porque apesar de tudo há certas pontualidades nas quais uma FD até dá jeito).

Irrefutavelmente, as FD são um dos mais pesados atentados ao meio ambiente. De facto, 1825/ano corresponde a uma só criança. No ano do Tito nasceram 82,787 crianças no nosso país... são 15,086,275 FD. São, até ao desfralde desta geração cerca de 453,258,825 (se todos desfraldassem aos 3). Só em Portugal. 453,258,825 a decomporem-se durante os próximos 450 a 500 anos. Só em Portugal!... Por muita energia que a pessoa gaste a lavar FR (ou melhor, a lavar roupa extra, ou mesmo a lavar roupa, em geral), não me parece que vá desgastar mais o meio-ambiente do que se, ao invés, optar por usar FD. É que são números tão grandes e é uma realidade tão assustadora que a pessoa parece que fica anestesiada e não sente nada frente a isto... falo por mim, claro! Eu própria tenho vindo a considerar este o meu motivo nr3.

Posto isto, assusto-me ainda mais ao pensar que até hoje, TODAS as FD alguma vez usadas estarão ainda em aterro. Provavelmente até a maioria das FD biodegradáveis (que são as que eu usava antes de passar para as FR) estará ainda em decomposição. Estas que, por sua vez, se afirmam biodegradáveis em períodos de 3 a 6 anos... porque pelos vistos, parece que a coisa também não é tão linear quanto isso. Neste assunto, aconselho a leitura deste artigo: http://ecomaternidade.com.br/o-desagradavel-problema-das-fraldas-biodegradaveis/. Para que as FD biodegradáveis se desintegrem no período de tempo indicado precisariam, para começar, de condições facilitadoras à sua decomposição. Estas passariam primeiramente pela separação deste lixo, e posterior tratamento do mesmo. Ora isto não acontece em país quase nenhum. Normalmente, as FD biodegradáveis são deitadas no lixo comum e têm o mesmo destino que as FD comuns.

Depois vem a Dodot, que se põe a publicar estudos do impacto ambiental das FR e FD. E como não conseguiu concluir que as FD são melhores, diz que são iguais sob critérios extremamente irrealistas! Porque se formos a ver os critérios que eles usaram a propósito da lavagem e secagem das FR, tem muito pouco a ver com a realidade.
https://babyplanet.dodot.pt/static/pdf/Resumo_e_Conclusoes.pdf

Se eles dizem que o impacto ambiental se mede através dos 5 critérios que afirmam neste link: http://babyplanet.dodot.pt/comparativa-fraldas, então vejamos:

- As matérias primas: FD = Prolipopileno + Polietileno + Plástico + entre ouros tipos de materiais derivados do Petróleo. Vs. FR = Algodão + Cânhamo + Bambú + entre outros tipos de materiais naturais. (FD 0 - 1 FR)
- O seu processo de Fabrico: FD = sempre fabricado em grandes indústrias e fábricas capazes de transformar petróleo em plástico. Vs. FR = algumas mães até sabem faze-las em casa! (FD 0 - 2 FR)
- Transporte: Reflexão idêntica. (FD 0 - 3 FR)
- Uso: FD = usa e deita fora, no lixo comum, juntamente com os dejectos. Vs. FR = usa, entorna os dejectos para a sanita, lava e seca ao sol para voltar a usar, à semelhança de uma peça de roupa normal. (se FD compensassem, pela mesma lógica também a nós compensaria usar roupa descartável) (FD 0 - 4 FR)
- A sua disposição final: FD = 450 a 500 anos de decomposição. Vs. FR = reutilização. (FD 0 - 5 FR)

"And the winner iiissss.......... FR!"

A "Up to Lisbon Kids" publicou recentemente um artigo muito interessante que me alegra imenso, ao pensar como esta boa moda das FR tende a pegar! :) Neste artigo, refere a questão do material. Consulta-se, aqui:
http://uptolisbonkids.com/2015/03/30/fraldas-reutilizaveis-um-passo-atras-ou-dois-passos-a-frente/


Bom, não percebo mesmo onde é que a Dodot quer chegar com isto e onde é que eles vão buscar a ideia de que o impacto é o mesmo.

Mais adiante, podemos ler que:
O impacto ambiental das fraldas reutilizáveis depende muito de como se realiza a sua lavagem e secagem. Para ter um impacto inferior ao das fraldas descartáveis, seria necessário:
  • Lavar as fraldas com o resto da roupa suja, não à parte.
  • Lavá-las a baixa temperatura (idealmente, abaixo dos 30ºC).
  • Secá-las ao ar livre.
  • Reutilizar as fraldas com um segundo filho.

- Eu lavo tudo junto, nunca à parte.
- Eu lavo a 40º, não me parece que seja por aí (referir os 30º é sinal de que fizeram a sua pesquisa e sabem muito bem do que estão a falar, é sobretudo sinal de que estão a ver como as FR começam a ter alguma procura, o que poderá vir a reflectir-se nas contas do final do mês da Dodot. FD 0 - 6 FR). Mais que 40º não é recomendável porque estraga a impermeabilidade e os elásticos.
- Eu seco-as ao ar livre. Aliás nem convém pô-las no secador, mais uma vez, estraga a impermeabilidade e os elásticos... a menos que se ponha a secar a frio. Para isto, mais vale ao ar livre.
- Eu pretendo reutilizá-las num segundo e num terceiro filho, até elas darem tudo o que têm ou até as vender ou doar para alguém as aproveitar mais um pouco.

Nós até reutilizamos material das FP dos nossos pais! Dodot... francamente. Não te enterres mais, que já começa a dar pena.